Após ser alvo de protestos, Alexandre de Moraes ameaça brasileiros
- jornaldadireitaofi
- 16 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Outros ministros do STF também criticaram reação popular contra Lula e à censura

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, criticou nesta segunda-feira (14), as supostas milícias digitais, que, segundo ele, “agem para corroer a democracia”.
As declarações foram feitas durante a participação do juiz no evento Lide Brazil Conference, em Nova York, nos Estados Unidos.Outros cinco ministros do STF – Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli – também participaram da conferência privada, promovida pelo grupo brasileiro Líderes Empresariais, sob o comando do ex-governador de São Paulo, João Doria.
Essa é a primeira edição do evento, que tem como suposto objetivo debater questões como economia, democracia e liberdade no Brasil a partir do ano que vem.
Ao chegarem nos EUA, os ministros do STF foram alvos de protestos por parte dos brasileiros que vivem no país, sendo hostilizados nas ruas de Nova York.
Durante sua fala, Alexandre de Moraes cobrou que o Poder Legislativo realize a regulamentação de plataformas digitais como forma, segundo ele, de combater a desinformação. Para o ministro, deputados e senadores terão, junto com o Judiciário, de combater a disseminação de notícias falsas.
“Não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém. Não é possível que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização”, ameaçou.
O ministro disse que a falta de regulamentação é um problema mundial, mas que o problema tem se agravado com as milícias digitais que “usam falso manto da liberdade de expressão sem limites” para “corroer a democracia”, “corroer a liberdade nos seus três pilares” e atacar “o sistema eleitoral que é a base da democracia”.
De acordo com Alexandre de Moraes as críticas, que ele classifica como ataques, às urnas eletrônicas e a autoridades judiciárias que conduzem o processo eleitoral afetam diretamente a democracia.
Ao ofender os brasileiros que têm se manifestado contra a censura e contra Lula, Moraes ainda afirmou que o Judiciário tem defendido a Constituição.
“A nossa bandeira não é A, B, ou C. A nossa bandeira é a Constituição, a nossa bandeira e a defesa do Estado de Direito, do Estado Democrático de Direito, e assim será”, afirmou.
Seguindo a mesma narrativa, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli também defenderam o processo eleitoral no Brasil e a suposta democracia.
"O meio político reconheceu imediatamente o resultado das eleições. Protestos e demonstração de inconformismo são normais. Agressão não encontra abrigo na Constituição, muito menos a defesa da ditadura. Isso é lamentável", disse Gilmar Mendes.
Já Toffoli aproveitou a oportunidade para atacar os cidadãos ao dizer que “autoproclamados conservadores” fecharam estradas após a divulgação do resultado das eleições. Segundo ele, a imprensa, a academia e magistratura defendem a “verdade factual”.
O ex-presidente da República Michel Temer, o ex-ministro e ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia também participaram do evento de João Doria.
Em uma publicação nas redes sociais, Alexandre de Moraes voltou a ameaçar os brasileiros que criticam sua postura e as ações do TSE e STF.
“O povo se manifestou livremente e a Democracia venceu!!! O Brasil merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal”, afirmou o ministro.
Moraes é o responsável por inquéritos que miram apenas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal. As investigações foram usadas para realizar censura e prisões em nome da suposta defesa da democracia.
Comentários