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Após fake news, Hang e outros empresários sofrem busca da PF a mando de Moraes

  • jornaldadireitaofi
  • 23 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura

Ministro determinou censura e bloqueio de contas bancárias dos alvos da ação

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (23) oito mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, contra empresários que participavam de um grupo de WhatsApp.


Segundo a denúncia, baseada em fake news, os membros do grupo teriam compartilhado mensagens supostamente “favoráveis” a um golpe de Estado caso o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vença as próximas eleições.


A determinação de Moraes veio depois da divulgação de uma matéria pelo jornal Metrópoles há sete dias. Na matéria, o jornalista Guilherme Amado noticiou que, em mensagens trocadas no grupo de WhatsApp, denominado “Empresários & Política”, os empresários comentavam sobre a segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral brasileiro.


A publicação criou a narrativa de uma suposta defesa de golpe, ao citar uma mensagem de José Koury, proprietário do shopping Barra World e com extensa atuação no mercado imobiliário do Rio de Janeiro.


“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, disse Koury.


Apesar de citar a palavra golpe, não houve incitação ou organização explícita a uma ação contra o Estado nas mensagens divulgadas pelo Metrópoles. Um dos empresários do grupo, inclusive, fez uma alusão ao afirmar que golpe teria sido o fato da decisão que tornou o ex-presidente Lula elegível


Além de José Koury, foram citados na reportagem estão Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; José Isaac Peres, dos shoppings Multiplan; Luciano Hang (Havan); Luiz André Tissot (Grupo Sierra); Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, fundador da marca de surfwear Mormaii e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.


Criticado por tomar medidas semelhantes a de ditaduras, Alexandre de Moraes também determinou o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancários dos alvos da operação desta terça-feira; o bloqueio de redes sociais e a tomada de depoimentos.


As operações aconteceram nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.


De acordo com a PF, o ministro ordenou as ações no âmbito de um inquérito policial que tramita no STF. O Supremo, por sua vez, se limitou a somente afirmar a veracidade da operação a mando de Moraes, porém não deu detalhes sobre a decisão ou investigação.


Nas redes sociais, Luciano Hang comentou sobre a ação do ministro.


“Tem um ditado que diz: se você rasga um travesseiro de penas e começa a sacudir, as penas voam e você nunca mais consegue reuni-las novamente. Quando uma mentira é contada sobre você, mesmo depois de desmentida, nem sempre a verdade se restabelece para todos. Hoje, fui tratado novamente como um bandido!”, disse o empresário.


Segundo Hang, os policiais chegaram “constrangidos” para realizar a ação, provocada por uma matéria com fake news.


“Uma matéria fora de contexto e irresponsável me colocou nessa situação. Por causa dela, uma narrativa e uma mentira foram criadas. Eu nunca falei sobre golpe (...) Sempre defendi a democracia, a liberdade de expressão e opinião. Estou tranquilo, porque não tenho nada a temer e estou com a verdade ao meu lado”, afirmou.


O empresário, muito conhecido por dar opiniões públicas sobre seus posicionamentos políticos, também divulgou uma conversa com o jornalista do site Metrópoles, em que o autor da reportagem mentirosa afirma que o empresário não defendeu um golpe, porém não se prontifica a publicar uma nova matéria para desmentir as informações falsas de seu texto.


A decisão do ministro Alexandre de Moraes tem sido criticada por muitos cidadãos, alguns argumentam, inclusive, que a ação pode fazer parte de uma intimidação contra empresários para que eles não financiem campanhas de políticos da direita, como Jair Bolsonaro, pois poderão ser tornar alvos de inquéritos ilegais no Supremo.



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