Jornalista espanhol sequestrado pelo regime de Maduro é libertado após negociações
- Eduarda Bueno
- 29 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Cake Minuesa foi à Venezuela cobrir eleições e apontou fraudes no processo. Assim como na Venezuela, Sergio Tavares, jornalista português também foi preso no Brasil em fevereiro por questionar sistema eleitoral

Nos últimos meses, dois episódios marcantes revelam a crescente repressão à liberdade de imprensa na América Latina, destacando a difícil situação enfrentada por jornalistas que ousam desafiar regimes autoritários e governos com tendências autoritárias. O repórter espanhol Cake Minuesa, do OKDIARIO, e o jornalista português Sérgio Tavares são os mais recentes alvos dessa investida contra a liberdade de expressão.
A Detenção de Cake Minuesa na Venezuela
Cake Minuesa, conhecido por suas reportagens críticas ao regime de Nicolás Maduro, foi detido pela Direção Geral de Contrainteligência Militar venezuelana enquanto cobria as eleições no país e denunciava fraudes eleitorais em favor do regime chavista. Após intensas negociações lideradas pelo Ministério das Relações Exteriores da Espanha e pela Embaixada espanhola em Caracas, Minuesa foi finalmente libertado e deportado para a Espanha. Sua detenção, seguida de um breve período de desaparecimento, expôs mais uma vez as táticas repressivas do regime venezuelano contra aqueles que ousam questionar sua legitimidade.
A Detenção de Sérgio Tavares no Brasil

Em outro episódio, desta vez no Brasil, o jornalista português Sérgio Tavares foi detido pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, em 25 de fevereiro de 2024, ao chegar para cobrir uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista. Tavares, que entrevistou Bolsonaro e discutiu supostas fraudes eleitorais, foi interrogado e impedido de entrar no Brasil sob a alegação de não possuir um visto de trabalho, apesar de outros passageiros terem recebido permissão para entrar no país. Este tratamento seletivo levanta sérias questões sobre a verdadeira motivação por trás de sua detenção, especialmente considerando que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, é um conhecido apoiador de Maduro e líder de um governo de esquerda.
A Repressão como Ferramenta Política
Ambos os casos revelam um padrão preocupante: a utilização de medidas repressivas para silenciar vozes dissidentes e controlar a narrativa política. Na Venezuela, a detenção de Minuesa foi claramente uma tentativa de suprimir a divulgação de informações desfavoráveis ao regime de Maduro. No Brasil, a detenção de Tavares sugere um esforço para controlar a cobertura midiática de eventos políticos cruciais, especialmente quando envolvem figuras controversas como Bolsonaro, que tem sido um crítico vocal de Lula.
A detenção de Cake Minuesa e Sérgio Tavares é um alerta sombrio sobre o estado da liberdade de imprensa na América Latina. É imperativo que a comunidade internacional condene essas ações e defenda o direito dos jornalistas de exercerem seu trabalho sem medo de represálias. A liberdade de imprensa é um pilar fundamental de qualquer democracia, e sua erosão deve ser combatida com vigor para garantir que a verdade continue a prevalecer sobre a opressão.
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