Motta articula apoio e adia urgência da anistia do 8 de janeiro, contrariando PL
- Redação
- há 4 dias
- 2 min de leitura

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu não incluir na pauta, por ora, o pedido de urgência para a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão, tomada em reunião com líderes partidários nesta quinta-feira (24), contrariou os interesses do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Novo, que foram os únicos a defender a tramitação imediata da matéria.
A maioria das legendas, inclusive da base governista, posicionou-se contra o avanço da proposta em sua forma atual, alegando que é preciso maior debate e ajustes no texto para evitar que uma eventual anistia seja generalizada, alcançando inclusive financiadores e autores de depredação do patrimônio público.
Segundo Motta, a reunião com os líderes — que representaram mais de 400 deputados — resultou em consenso de que a proposta não deve ser votada na próxima semana. “Seguiremos buscando uma solução equilibrada. Isso não significa o fim do diálogo”, afirmou o presidente da Casa.
O PL havia conseguido 264 assinaturas para apresentar o requerimento de urgência, número que inclui parlamentares de partidos aliados ao governo. A articulação levou Motta a antecipar conversas e construir uma frente ampla contra a proposta, deixando PL e Novo isolados.
A oposição promete obstruir os trabalhos legislativos como forma de pressão. No entanto, com menos de 20% das cadeiras da Câmara, a manobra tem efeito limitado. Para contornar a resistência, líderes do PL indicaram estar dispostos a apresentar uma nova versão da proposta, mais focada nos acontecimentos específicos do dia 8 de janeiro.
Enquanto isso, interlocutores de Motta aguardam um possível avanço do Supremo Tribunal Federal na reavaliação das penas aplicadas aos condenados, o que poderia reduzir a urgência da proposta original.
Comments