Presidência da República alugou carros por R$ 128 mil com saque em dinheiro no cartão corporativo
- Redação
- 15 de abr. de 2024
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Os saques em dinheiro por meio de cartões corporativos disponíveis para a Presidência da República totalizaram R$ 27 milhões em duas décadas, com o período de governo de Lula (2003 a 2010) liderando em volume, alcançando R$ 22 milhões, e uma média anual de R$ 2,7 milhões. Nos dois primeiros anos do governo petista, os saques somaram R$ 14 milhões. Em contraste, durante o governo Bolsonaro, os saques totalizaram R$ 2,5 milhões, com uma média anual de R$ 634 mil.
Os dados, obtidos pela Agência Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação, consideraram todos os saques dos cartões corporativos da Presidência disponíveis para diversos servidores, incluindo aqueles da Abin e GSI cedidos à Presidência, não se limitando aos cartões pessoais dos presidentes. Os valores mencionados foram atualizados pela inflação do período, com base no índice IPCA (IBGE).
Os saques em dinheiro vivo da Presidência com cartões corporativos tiveram início com valores modestos no governo Bolsonaro, mas aumentaram progressivamente a cada ano. Registraram-se R$ 317 mil em 2019, R$ 650 mil em 2020, R$ 784 mil em 2021 e R$ 785 mil em 2022. Por outro lado, durante o segundo mandato de Lula (2007 a 2010), os saques com cartões tiveram um valor menor do que no primeiro mandato, com uma média anual de R$ 853 mil.
Em relação às hospedagens pagas em dinheiro vivo, elas totalizaram R$ 994 mil em 2003 e 2004. Há registros de despesas significativas, como R$ 37 mil em um hotel em 2004 e R$ 51 mil em outro em dezembro de 2004, sem registros de agenda presidencial para justificar esses gastos. As locações de veículos e combustível para escolta de Lula custaram R$ 2,9 milhões em 2003 e 2004.
O Tribunal de Contas da União (TCU), em 2004, observou um aumento considerável nos gastos com cartões corporativos a partir de 2002. Embora tenha reconhecido que o cartão de crédito trouxe ganhos de transparência, o TCU também ressaltou a importância de atentar para o caráter excepcional da realização de saques de recursos da Conta Única.
O governo Lula explicou que os saques eram necessários devido à baixa aceitação dos cartões naquela época, bem como pela ausência de contrato de licitação para prestação de serviços, como aluguéis de veículos em viagens presidenciais. A Secretaria de Comunicação da Presidência destacou a evolução tecnológica e a maior aceitação do mercado como razões para a redução dos saques nos anos seguintes.
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