REVIRAVOLTA NO PTB
- Emerson Arueiro
- 4 de out. de 2021
- 2 min de leitura
O PTB tem se apresentado como o partido ideal para o conservadorismo. As declarações feitas pelo presidente da sigla, Roberto Jefferson, em entrevistas, lives e em suas redes sociais, sempre reforçando o apoio ao Presidente Jair Bolsonaro e aos temas mais importantes para sua base eleitoral, além de manter o convite para a filiação e a candidatura de Bolsonaro, reforçam esta sinalização.
O partido alterou seu estatuto para respaldar o pensamento conservador, abrigou o importantíssimo deputado estadual, Douglas Garcia, de SP, dando a ele autonomia para exercer seu trabalho combativo, notadamente em prol do conservadorismo.
Agora vemos no Twitter, um verdadeiro embate de forças dentro do partido. A crise envolve duas pessoas importantíssimas para Roberto Jefferson: sua filha Cristhiane Brasil, e sua “filha de afeto”( segundo ele), Graciela Nienov, a quem Roberto Jefferson entregou a vice presidência do partido. No meio da crise estaria a filiação do Presidente Bolsonaro. Cristiane Brasil afirma que Nienov estaria articulando para inviabilizar a vinda do Presidente, além de afastar os “bolsonaristas”. Graciela, por outro lado aponta que a filha de Bob Jeff estaria provocando uma insurreição dentro do partido e usa os poderes que o cargo de vice-presidente lhe confere na ausência do presidente Roberto Jefferson, para reafirmar sua autoridade.
Toda essa discussão tem gerado um clima de incertezas quanto ao partido, entre aqueles que veem nele uma saída para os conservadores na disputa eleitoral de 2022.
O coordenador estadual do Movimento Conservador no Rio de Janeiro, membro da sigla e pré-candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro, Valdinei Martins, aponta essa problemática em sua última live no Canal Valdinei Martins (02/10), onde menciona a repercussão que a direita deu ao fracasso das manifestações da esquerda naquele mesmo dia:
“…diante dessa conjuntura, pessoal, hoje, a notícia do dia não é o fracasso das manifestações da esquerda. Porquê? Com muitos ou poucos nas ruas, a esquerda tem: sindicato, a esquerda tem partido, a esquerda tem veículos de comunicação, a esquerda tem todo aparato necessário pra continuar no poder, pra continuar influenciando as decisões. E nós? Nós temos hoje um presidente que sofre muitas dificuldades no congresso por falta de apoio às suas idéias, seu pensamento, às pautas norteadoras desse governo, lançadas em 2018.”
Ele afirma ainda:
” como eu vou alterar esse cenário? Tendo mais deputados e senadores na próxima legislatura, para que assim, nós possamos lançar um candidato a presidente da Câmara e candidato a presidente do senado que sejam atrelados às pautas do governo Bolsonaro. Pra eu ter mais deputados, eu preciso de uma base bem definida, e pra isso eu preciso de um partido que em tempo hábil construa essas candidaturas em seus respectivos estados. “…Se eu estou há um ano de uma eleição e nem partido eu tenho, eu não tenho motivo pra debochar da esquerda agora…”
“…então acho que a direita hoje, tem que parar de menosprezar o PTB, olhar pra o que está acontecendo no PTB e começar a se preocupar, porque, ainda que você não goste do PTB, na pior das hipóteses, você podia contar com o PTB, e agora? Com o PTB em crise, e se nós perdermos o PTB?…”
Escrito por: Vagner dos Santos
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