Verba para cidades mais pobres some sem fiscalização em quase metade das emendas recebidas
- Nathy Souza
- 10 de fev.
- 1 min de leitura
Sem a devida rastreabilidade, os fundos podem ser direcionados para interesses que não atendem às necessidades reais das comunidades.

Uma análise recente revela que quase 50% das emendas parlamentares destinadas aos municípios mais pobres do Brasil são executadas sem a devida transparência. Essas emendas, conhecidas como "emendas Pix", permitem transferências rápidas de recursos para estados e municípios, sem a necessidade de vinculação a projetos específicos, o que dificulta a fiscalização pelos órgãos de controle.
Desde 2020, as emendas parlamentares movimentaram aproximadamente R$ 150 bilhões, representando um aumento significativo em relação ao período anterior. Desse montante, cerca de R$ 36,5 bilhões correspondem às emendas de relator, modalidade marcada pela baixa transparência e que foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2022.

A falta de transparência no uso das emendas parlamentares destinadas às cidades mais pobres do Brasil não apenas expõe falhas no sistema de fiscalização, mas também tem consequências diretas e prejudiciais para a população que mais necessita de recursos públicos.
Primeiramente, essa ausência de controle e clareza na aplicação das verbas facilita o desvio de recursos públicos. Sem a devida rastreabilidade, os fundos podem ser mal aplicados ou direcionados para interesses que não atendem às necessidades reais das comunidades. O impacto disso é devastador, pois as áreas mais carentes acabam sendo privadas de investimentos essenciais em saúde, educação, infraestrutura e assistência social, perpetuando o ciclo de pobreza e desigualdade.
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